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SOBRE A CASA DO ESTUDANTE

A Casa do Estudante é um edifício de 11 andares, pertencente ao Centro Acadêmico XI de Agosto e localizado na Av. São João, bairro da Santa Cecília, que tem como função social abrigar estudantes pobres que ingressaram na Faculdade de Direito da USP, mas enfrentam dificuldades para se manter em São Paulo.

Hoje, a Casa, como é carinhosamente chamada, abriga cerca de 70 moradores, mas encontra-se em um estado de conservação próximo do inabitável, não conseguindo oferecer condições dignas de moradia para seus associados.

A Casa é uma associação privada autônoma da USP e realiza o processo seletivo e a administração do edifício. Após a conclusão da reforma, serão criadas mais 60 vagas, ampliando a capacidade total do prédio para 120 estudantes, garantindo assim moradia para uma nova geração de estudantes, sobretudo negros e pobres, que ingressam na USP após a adoção de cotas por parte da universidade.

Apesar do edifício não apresentar riscos estruturais, outros problemas crônicos tornam o prédio insalubre. Destacamos os infindáveis vazamentos ocasionados pela velha infraestrutura hidráulica; a ausência de iluminação nas áreas comuns e o evidente risco de incêndio; o deteriorado acabamento dos apartamentos e das áreas comuns. A Casa do Estudante, apesar de habitada, não oferece as mínimas condições necessárias para uma moradia digna.

Além de garantir o seu principal objetivo institucional, ou seja, a promoção de moradia para estudantes pobres da Fac. de Direito da USP, a Casa do Estudante acaba por fomentar uma pesquisa científica de caráter popular e auxilia na democratização da academia, permitindo, assim, que novas vozes sejam ouvidas em todas as áreas do Direito.

É a partir da permanência estudantil que garantimos diversos outros direitos sociais.

LINHA DO TEMPO DA CASA DO ESTUDANTE

1937

Os diretores do C.A. XI de Agosto constataram que era necessário auxiliar os alunos pobres da Fac. de Direito do Largo de São Francisco a viver em São Paulo. Assim, o XI de Agosto idealizou o projeto da Casa do Estudante e lançou a sua pedra fundamental.

Acesse aqui o livro que conta a história da construção da Casa com prefácio do Ministro da Educação Gustavo Capanema

Déc. 1940

 

Durante os anos seguintes, o XI conseguiu a doação de um terreno com a Prefeitura de SP e iniciou a arrecadação de recursos para levantar o prédio. Foram adotados diversas formas de arrecadação, tais como: caravanas artísticas (apresentadas até mesmo no exterior), doações de governos, realização de bailes e a publicação de livros, além de acordo de empréstimo com a Faculdade.

1948

 

Após 11 anos de construção, a Casa do Estudante foi finalmente inaugurada, entregando o primeiro edifício do tipo em todo o Brasil.

Déc. 1980/90

 

Durante esse período, o edifício sofreu com o processo de deterioração da região central de São Paulo e com o consequente abandono do apoio dos estudantes e da Faculdade. É como consequência desse período que o prédio chegou a atual situação que se encontra.

2016

Com a entrada de uma nova geração de estudantes provenientes das cotas, os novos moradores vêm se movimentando para garantir conquistas acerca da permanência estudantil.

2017

Até aquele ano o edifício recebia apenas R$ 4.000,00 do Centro Acadêmico para realizar a sua manutenção, valor insuficiente para pagar as contas ordinárias e extraordinárias do edifício. Com a mobilização dos moradores, o repasse de recursos mudou e alcançou R$24.000,00, mudando a realidade financeira do prédio.

2018

Agora com recursos financeiros suficientes, a Casa do Estudante iniciou o projeto de reforma do edifício, contratando um projeto profissional de arquitetura, além de ter executado um processo de financiamento coletivo para a reforma, que arrecadou recursos e trouxe visibilidade para o projeto. Neste momento foi conquistado o apoio institucional da Faculdade de Direito à reforma.

2019

Após uma mobilização histórica dos estudantes, na qual todos os grupos estudantis se uniram para apoiar a reforma da Casa do Estudante, foi aprovado um saque milionário no fundo de investimentos do XI de Agosto, para com ele financiar o início da obra. Foram mais de 1300 estudantes dizendo “Sim! Por uma Nova Casa”